O legado de Carrie Fisher pro mundo

Vamos sentir saudades.

E no dia 27/12/2016 recebemos a impactante notícia de que Carrie Fisher faleceu, mais conhecida como a Princesa Leia da saga Star Wars. Seu personagem é um ícone da cultura pop, desde o lançamento do primeiro filme em 1977 até hoje, sua representação é lembrada e admirada por várias pessoas. Carrie sofreu um ataque cardíaco em um voo que ia para Los Angeles, onde a mesma iria divulgar seu novo livro "Memórias da Princesa: os Diários de Carrie Fisher", mas ela era muito mais que a personagem de Star Wars.

Carrie sempre lutou a favor do protagonismo feminino em Hollywood, além de atuar, ela era contratada para ser roteirista de alguns filmes e fornecia consultoria sobre personagens femininas. De acordo com a revista Vox, Fisher foi chamada para reescrever diálogos de personagens em Maquina Mortífera 3. Mas, não só consultora e roteirista, ela escrevia vários romances e até mesmo, escreveu uma peça. 

O que mais me admirava em Carrie, era o modo que ela lidava abertamente com seu problemas com cocaína e remédios. Até mesmo, havia boatos sobre o seu consumo de drogas durante as filmagens de Star Wars, mas ela fez questão de desmentir em seu livro, Carrie conta que fumava maconha durante os finais de semana com Harrison Ford e nunca mais usou após perceber o efeito devastador da droga em seu organismo. Este não era o único problema de Fisher em sua vida, ela sofria de transtorno bipolar e se tornou uma ativista dentro dessa área, a peça Wishful Drinking (escrita por ela e adaptada para TV na HBO em 2010) contava como essa condição clinica moldou quem ela foi.

Sua exposição foi algo tão simbólico que em abril de 2016, ela foi premiada pela Universidade de Harvard com um prêmio honorário dado para personalidades que construíram um legado humanista de peso. Em seu livro de memórias, Carrie conta como teve que perder peso para viver a Leia nos cinemas e como odiava o penteado icônico da personagem. Mas, em várias entrevistas, a atriz conta que admirava a personagem e já não conseguia separar Leia de Carrie. 

“Filmes são sonhos! E atuam em você subliminarmente. Você pode interpretar uma Leia capaz, independente, sensata, uma combatente, uma lutadora, uma mulher no controle (...) Mas você só pode retratar uma mulher que é uma líder e que supera todo o preconceito contra as mulheres se você a fizer viajar no tempo, se adicionar uma qualidade mágica, se você estiver lidando com termos de contos de fada” - Em entrevista para Rolling Stone em 1983.

Carrie era filha de Debbie Reynolds que atuou em Cantando na Chuva, e por um bom tempo a relação das duas foi conturbado. Rumores diziam que Carrie não gostava dos relacionamentos que a mãe tinham, outros dizem que os problemas da filha fizeram Debbie se afastar e ficar anos sem terem contato. Quando tinha três anos, Carrie viu seu pai ir embora de casa para se casar com uma das melhores amigas de sua mãe, Elizabeth Taylor. Todo esse drama que envolvia a industria Hollywoodiana foi usado no filme Lembranças de Hollywood, um roteiro assinado por Carrie e adaptado de seu livro Postcards from the Edge. No filme, temos Meryl Streep, uma cantora country e alcoólatra voltando para a casa da sua mãe, vivida por Shirley MacLaine, uma ex-estrela do cinema. 

A Princesa Leia nunca foi vista nos cinemas empunhando um sabre de luz, mas a força sempre foi muito grande em Carrie Fisher. E que a nossa maior homenagem para essa atriz não seja lembrar dela usando uma roupa de escrava ou só na juventude, vamos lembrar de Carrie como uma mulher forte, inteligente, amada e admirada por todos, mesmo com todos os problemas soube lidar da melhor forma possível e se tornando uma inspiração para todos. Vamos sentir saudades.